sexta-feira, 9 de abril de 2010

Marco

História

Suas origens remontam ao século XVIII, tendo como referência um marco divisório entre a Ribeira do Acaraú e Santana do Acaraú, situando-se meia légua distante do local onde se edificaria a povoação. As terras nas quais se localiza o Município eram, primitivamente, habitadas por índios Tremembés, Aperiús e Acrius, tribos que por desavença familiar se separaram, indo algumas delas residir na Ibiapaba.

Cessadas as desavenças tribais, surgiram os colonizadores brancos, dentre outros, Manuel de Góes, pioneiro na ocupação de terras na Ribeira do Acaraú. Surgiram nessa fase as primeiras edificações, em processo lento e persistente, formando ao longo dos anos o conjunto gregário em modestas condições.

Foto da igreja Matriz

O distrito, com jurisdição centralizada em Santana do Acaraú, data de 21 de outubro de1872, confirmado posteriormente segundo Lei Municipal de 15 de abril de 1893. Sua elevação à categoria de Vila provém do Dec-lei nº 448, de 20 de dezembro de1938. A elevação à categoria de Município com a denominação atual, provém da Lei nº 1.153, de22 de novembro de 1951, tendo sido instalado a 25 de março de1955.

As primeiras manifestações de apoio eclesial provêm da edificação da capela em honra de São Manuel, construída em 1870. Essa capela, depois de reformada e ampliada, transformou-se em Igreja-Matriz, conforme portaria de autoria do Bispo de Sobral, D. José Tupinambá da Frota, datada de 31 de dezembro de 1941. Ainda por ato de D. José e na mesma data, criou-se a Freguesia, sendo seu primeiro vigário o padre Francisco Apoliano, empossado a 6 de janeiro de 1942, data em que também foi instituída a paróquia.

[editar]Eventos

Chitão Maravilha de Marco - evento festivo que acontece anualmente no mês de julho e que tem a tradição de 46 anos sempre sendo realizado pela prefeitura, atraindo gente de toda a região norte do estado do Ceará.

[editar]Distritos

DistritoAno de CriaçãoInstrumento Legal
Panacuí1931Decreto 193
Marco1951Decreto 1153
Mocambo1994Decreto 53

Quixadá

oponímia

Apenas uma definição é consenso quanto à origem do nome Quixadá. É uma palavra derivada de alguma das línguas indígenas faladas no território cearense antes do descobrimento. Exceto isto, há grandes controvérsias. Em alguns documentos antigos figura como Queixadá, Quixedá, Quixedæ e Quixadæ. Para Paulino Nogueira, em seu livroVocabulário Indígena em Uso na Província do Ceará (1887), presume que o nome vem da tribo Tapuia dos Quixaras, também conhecida com Quixadás. Segundo Carl von Martius, é derivada de Quixeurá, que significa "Oh! Eu sou o Senhor, Qui = oh, Xé = eu e Uará = senhor, tendo-se corrompido em Quixadá.

Para Teodoro Sampaio, em seu livro O Tupi na Geografia Nacional, disse que a palavra pertence a língua cariri e que, por não haver qualquer registros, não é possível afirmar significado exato. Thomaz Pompeu Sobrinho atribuiu, em princípio, a esse topônimo a origem tupicomo Quichaitá, com a seguinte interpretação: Qui = ponta, Chai = gancho ou torcida e Ita = pedra, donde se conclui: pedra da ponta encurvada ou torcida. Essa interpretação estão relacionadas à paisagem quixadaense onde existem pedras singulares como por exemplo, a "Galinha Choca", conhecida anteriormente como "Bico de Arara", além disso, segundo o autor, também pode ser a corruptela da palavra queixada ou quintal de rocha. Eusébio de Sousa também diz ser o vocábulo de origem tupi-guarani que significa pedra da ponta curvada. Os antigos habitantes falavam em Curral de Pedra, haja vista a localização da cidade que de fato, está cercada de pedras.

[editar]História

Originalmente, a região foi habitada pelos índios Kanindé e Jenipapo pertences ao grupo dos Tapuias, resistindo à invasão portuguesa no início do século XVII, sendo "pacificados" em 1705, quando Manuel Gomes de Oliveira e André Moreira Barros ocuparam as terrasquixadaenses. Estes grupos indígenas resistiram até 1760, pois os conflitos entre índios e colonos, ocasinados pelo desenvolvimento da pecuária desde 1705, praticamete extinguiram essas tribos.

A colonização da área compreendida atualmente pelo município de Quixadá ocorreu através da penetração pelo rio Jaguaribe, seguindo seu afluente o rio Banabuiú e depois orio Sitiá, cujo objetivo principal era a conquista de terras para a pecuária de corte e leiteira.

A primeira escritura pública da região foi a do Mosteiro Beneditino, hoje Casa de Repouso São José, na Serra do Estêvão, onde hoje é o distrito de Dom Maurício, em 1641. Manuel da Silva Lima, alegando ter descoberto dois olhos d'água, obteve uma sesmaria. Essas terras, inicialmente de Carlos Azevedo, eram o "Sítio Quixedá" adquirido por compra conforme escritura de 18 de dezembro de 1728.

Em seguida, a propriedade foi vendida a José de Barros Ferreira em 1747 por duzentos e cinquenta mil réis. Oito anos depois, José de Barros, construiu casas de morada, capela e curral, lançando assim as bases da atual cidade de Quixadá, sendo considerado, portanto, o legítimo fundador da cidade. A fazenda prosperou e se transformou em distrito do município de Quixeramobim.

A partir do século XIX, com a instalação da estrada de ferro que ligava o Cariri à Fortaleza ocorreu forte urbanização do município. Esta também foi fortemente influenciada pela produção de algodão exportado para a Inglaterra, que nesta época vivia a Revolução Industrial. A Freguesia de Quixadá foi criada pela Lei provincial n.° 1.305, de 5 de novembro de 1869. Em de 27 de outubro de 1870 a Lei provincial n.° 1.347 criou o Município de Quixadá desmembrando-o de Quixeramobim e sendo elevado à categoria de vila.

Com o projeto e a construção do Açude do Cedro, a vila passa a receber ainda mais imigrantes vindo de diversas regiões (estimados em 30.000), além disso diversas estradas foram construídas. Este processo acelera a urbanização, fazendo com que em 17 de agosto de 1889 a vila recebesse foros de cidade pela Lei provincial n.º 2.166.

Deste sua emancipação até hoje, teve cinqüenta e três governos municipais, sendo o fazendeiro Laurentino Belmonte de Queiroz, o primeiro prefeito no período de 1871 a 1873.

Ver artigo principal: Lista de prefeitos de Quixadá

[editar]Geografia

[editar]Relevo e solos

Os inselbergs são formações rochosas bastante comuns no município de Quixadá. Nesta fotos temos uma vista do Bairro Alto São Francisco.

A maior parte do território faz parte das depressões sertanejas com maciços residuais, como a serra do Estêvão. Notabiliza-se também pela geografia rica em inselbergs, ou monólitos (formações rochosas isoladas na paisagem), que dominam boa parte da área do município, dos quais o mais famoso é a "Pedra da Galinha Choca", que tem este nome por conta do curioso formato.

Os solos são pouco profundos em sua maior parte [6] e têm como principal característica encharcar na estação chuvosa e ressecar facilmente nos períodos de estiagem. Os lençóis de água são geralmente salinizados devido as características geológicas da região.

[editar]Hidrografia e recursos hídricos

Quixadá está localizado em sua maior parte na bacia hidrográfica do rio Sitiá. Uma outra parte do seu território está na nas bacias de dois outros rios: o rio Piranji e o rio Choró.[7]

O município conta com uma grande quantidade de pequenos reservatórios que estão espalhados em todo o território. No entanto, possui dois grandes reservatórios, ambos localizados no leito rio Sitiá, são os açudes do Cedro, com capacidade de 126.000.000 m³, e o Açude Pedras Brancas, com capacidade de 434.049.000 m³.[8]

[editar]Clima

O clima é tropical quente semi-árido.[9] A temperatura média anual é de 26,7 ℃, com pluviometria média anual ser de 818 mm com chuvas concentradas de fevereiro a abril.

Além disso, destacam-se os elevados índices de evaporação e evapotranspiração durante todo o ano aliada à irregularidade do regime de chuvas. A região de Quixadá está sujeita à ocorrência de secas severas.

[editar]Vegetação

A vegetação característica da maior parte do município é a caatinga arbustiva densa ou aberta, caracterizada pela presença de cactos e vegetação rasteira com árvores baixas e cheias de espinho. Nas áreas mais elevadas da serra do Estêvão ocorre a floresta caducifólia espinhosa, ou caatiga arbórea.[10] Sua cobertura vegetal tem sofrido grande intervenção, através de desmatamentos e queimadas com o objetivo de preparar o solo para a agricultura e apecuária extensiva.

[editar]Unidades de Conservação Ambiental

[editar]Demografia

[editar]Estrutura demográfica

Sua população é predominantemente urbana (Segundo o censo 2000 do IBGE a taxa de urbanização era de 67,3%) e feminina (50,3% do total).

[editar]Dinâmica do crescimento

Quixadá pode ser considerado um município de porte médio em função da sua população de 80.447 habitantes (2009), o que representa 0,93% da população do estado. Seu crescimento demográfico anual é de 0,5% (2006-2007), no entanto, quando a população atual é confrontada com os dados do censos de 1970 (98.509 habitantes) e de 1991 (72.292 habitantes) e das estimativas para 1996 (64.442 habitantes) observa-se o declínio da população. Isto se deve, basicamente, ao desmembramentos dos distritos de Banabuiú e Ibaretama em 1988 e de Choró em 1993.

[editar]Administração pública e estrutura urbana

[editar]Estrutura administrativa

Executivo

O município possui atualmente nove secretarias e duas fundações: Desenvolvimento Social, Educação, Participação Popular Esporte e Juventude, Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, Saúde, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Economia e Turismo, Planejamento e Finanças, Comunicação e Mobilização Social, Fundação Emprego e Renda, Fundação Cultural.

Legislativo

A Câmara Municipal é composta por 10 vereadores desde o início da legislatura de 2005, anteriormente eram 21.

Judiciário

O município é sede da 6ª zona eleitoral.

[editar]Divisões administrativas

O município está dividido em 13 unidades. A Sede e mais 12 distritos: Califórnia, Cipó dos Anjos, Custódio, Daniel de Queiroz,[5] Dom Maurício, Juá, Juatama, Riacho Verde, São Bernardo, São João dos Queiroz,[5] Tapuiará e Várzea da Onça.

[editar]Economia

Vista parcial do centro com igreja matriz de Quixadá em primeiro plano. Ao fundo é possível visualizar alguns dos monólitos que circundam a cidade

[editar]Comércio

A economia de Quixadá depende principalmente no setor terciário (comércio e serviços) que é responsável por mais de 70% do PIB municipal além de ocupar aproximadamente 59% da população economicamente ativa (deste montante, 51% são trabalhadores autônomos, do chamado setor informal). O comércio do município está concentrado no Centro da cidade onde recebe semanalmente centenas de moradores das áreas rurais e de municípios vizinhos como Choró, Banabuiú, Ibicuitinga e Ibaretama.

Dentre as empresas deste setor, destacam-se os atacadistas que abastecem os pequenos estabelecimentos comerciais dos distritos e dos municípios vizinhos. Os estabelecimentos de comércio varejista está voltado, basicamente, para os moradores da cidade e da zona rural.

Outra importante atividade para o comércio municipal é a realização de feiras que ocorrem em dias específicos. Às quintas-feiras, ocorre a feira de animais no Parque de Exposição no bairro do Campo Novo, às sextas-feiras, de frutas nas proximidades do Terminal Rodoviário, e diariamente de frutas e utilidades domésticas, na rua Dr. Eudásio Barroso nas proximidades da Câmara Municipal.

[editar]Pecuária

Representada principalmente pela avicultura, bovinocultura leiteira, ovinocultura e caprinocultura.

[editar]Avicultura

A avicultura, juntamente com o comércio, é o principal setor da economia quixadaense. São quatro granjas de grande e médio porte: Granja Feliana Ltda, Granja Abrigo Ltda, Quixadá Alimentos Avículas Ltda (QUIAVE) e Carneiro Avícola Ltda (CARVIL). A produção é de cerca 80 mil frangos por semana, movimentando em torno de 1 milhão e 200 mil reais por mês. São gerados 400 empregos diretos e aproximadamente 2 mil indiretos. A CARVIL é a única que também produz ovos, 90 mil unidades por dia. A produção é voltada para o consumo em todo o estado do Ceará e também Piauí e Maranhão.

[editar]Indústria

O município possui pequenas indústrias alimentícias, tecelagens e calçadistas. Entre as grandes instalações industriais existe uma fábrica de calçados além de uma usina de biodiesel (com previsão de início de operações em agosto de 2008) com capaciadade 157 mil litros/dia, ou 57 milhões litros/ano localizada no distrito de Juatama.

[editar]Turismo

A Pedra da Galinha Choca é um dos principais pontos turísticos de Quixadá.

Embora pouco explorado, o município apresenta grande potencial turístico, especialmente para o ecoturismo devido à beleza de suas paisagens, além para a prática de esportes radicais como vôo livre[13] (parapente e asa-delta),off-road, trekking, orientação, montanhismo erapel.[14]

[editar]Atrações turísticas

Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão.

[editar]Educação

Ensino Fundamental e Médio

Em 2005 município possuía 145 escolas de ensino fundamental e média, sendo 16, ou 11% do total, particulares. A taxa de escolarização é de 100% para o ensino fundamental e 42,86% para o ensino médio.[15]

Ensino superior

O município possui quatro instituições de ensino superior e uma de ensino tecnológico. São elas:

  • Faculdade Católica Rainha do Sertão, que oferece os cursos de Administração, Biomedicina, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Filosofia, Fisioterapia, Psicologia, Odontologia, Sistemas de informação, Teologia e Engenharia Mecânica[16].

[editar]Cultura

Equipamentos culturais

Quixadá possui um museu, o Museu Histórico Jacinto de Sousa, um centro cultural, o Centro Cultural Rachel de Queiroz, com dois pavimentos, um teatro e um anfiteatro. O centro cultural oferece oficinas de audiovisual, música, teatro e artes plásticas.